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Um terço da equipe de comissão de cortes de Musk pede demissão
Cerca de um terço dos integrantes da comissão de eficiência governamental dos Estados Unidos, dirigida por Elon Musk, pediram demissão, por considerarem que o empresário coloca o país em risco.
Vinte e um membros do chamado Departamento de Eficiência Governamental (Doge) enviaram uma carta à chefe de gabinete da Casa Branca, Susan Wiles, à qual a AFP teve acesso nesta terça-feira (25).
"Juramos servir o povo americano e manter o nosso juramento à Constituição (...) No entanto, ficou claro que não podemos mais honrar esses compromissos", diz o texto.
Os funcionários trabalhavam inicialmente para o Serviço Digital dos Estados Unidos, que se transformou no Doge depois que o presidente Donald Trump assumiu o cargo e colocou para comandá-lo Elon Musk, que conta com um pequeno grupo de funcionários leais para cortar drasticamente os gastos federais.
Embora Musk não seja o administrador formal do Doge, o empresário dirige as operações e vai participar na próxima sexta-feira da primeira reunião de gabinete do segundo mandato de Trump.
Musk não tem um cargo ministerial nem autoridade formal para tomar decisões, e sim o status de "funcionário governamental especial" e "principal assessor do presidente". Segundo ele, os funcionários que pediram demissão eram "remanescentes políticos" que trabalhavam remotamente e que se recusaram a retornar ao trabalho presidencial, como ordenou Trump. "Seriam demitidos se não tivessem pedido demissão", afirmou.
Os signatários descreveram um processo de transição caótico, que começou em 21 de janeiro, com entrevistas conduzidas por indivíduos identificados apenas como visitantes da Casa Branca. Os entrevistadores questionaram os funcionários sobre lealdade política, tentaram criar uma divisão dentro da equipe e demonstraram "uma capacidade técnica limitada", ressaltaram.
A tensão aumentou no último dia 14, quando cerca de um terço da equipe do serviço digital anterior foi demitida abruptamente, por meio de um e-mail anônimo. Esses funcionários trabalhavam na modernização de sistemas governamentais críticos, incluindo o Seguro Social, os serviços para veteranos, a declaração de impostos, o atendimento médico e as plataformas de assistência em desastres, segundo a carta.
"Seu afastamento coloca em risco milhões de americanos que dependem desses serviços diariamente", ressalta o texto, que alerta que a perda desses funcionários experientes "torna os sistemas críticos e os dados dos americanos menos seguros".
Os funcionários se negaram a participar do que descreveram como esforços para "comprometer os sistemas governamentais fundamentais, colocar em risco os dados sensíveis dos americanos ou desmantelar serviços públicos críticos".
A.Meyers--LiLuX