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Após o grande apagão, Chile busca 'ter um dia normal'
Os chilenos retornam a um "dia normal" nesta quarta-feira (26) após o grande apagão que atingiu o país e após o levantamento do estado de exceção, declarado para lidar com a emergência e que permitiu a imposição de um toque de recolher.
"O estado de exceção devido à catástrofe está suspenso a partir deste momento" (08h25, mesmo horário em Brasília), declarou a ministra do Interior do Chile, Carolina Tohá.
A alta funcionária disse que "as decisões (...) sobre o toque de recolher também não têm efeito", então "hoje devemos ter um dia normal".
Em pleno verão, 95% dos 20 milhões de cidadãos do Chile sofreram uma interrupção incomum do serviço na tarde de terça-feira, que mergulhou o país no caos e na confusão.
O apagão, que começou às 15h16, afetou uma vasta área que se estende da região de Arica e Parinacota (norte) até a região de Los Lagos (sul).
Em resposta à emergência, o governo declarou estado de exceção e impôs um toque de recolher das 22h00 de terça-feira às 6h00 desta quarta.
No entanto, a Superintendência de Eletricidade e Combustíveis (SEC) informou na manhã desta quarta-feira que 97,6% dos domicílios já tinham eletricidade.
Assim, os chilenos voltaram às ruas após o fim do toque de recolher. As pessoas foram trabalhar e carros e ônibus circulavam pelas ruas.
O metrô de Santiago, que transporta cerca de 2,3 milhões de usuários diariamente, estava operando normalmente em todas as suas linhas nesta quarta-feira.
O metrô teve que retirar seus passageiros e fechar suas estações na terça-feira devido à queda de energia.
- Caminhar por horas -
Na terça-feira, na capital, milhares de pessoas tiveram que caminhar por horas para voltar para casa, devido à superlotação do transporte público e às temperaturas em torno de 30 graus.
As comunicações e a telefonia móvel funcionavam de forma intermitente e instável.
O apagão levou o governo a cancelar as aulas desta quarta-feira para 300.000 alunos.
Além disso, as partidas de futebol e a terceira noite do Festival Internacional de Viña del Mar foram suspensas.
Foi o maior apagão registrado no Chile desde março de 2010, semanas após o terremoto que atingiu o país. Grande parte da população também ficou sem energia devido a um apagão na região do Bío Bío (sul).
Apesar da queda de energia, hospitais e prisões puderam continuar operando na terça-feira com geradores de emergência.
Em uma mensagem à nação, Boric culpou as empresas privadas que administram o sistema elétrico pelo apagão.
"Isso é indignante! Não é possível que a vida cotidiana de milhões de chilenos e chilenas seja interrompida dessa forma por empresas que não fazem seu trabalho corretamente", enfatizou o presidente, ao anunciar sanções.
U.Kremev--LiLuX