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Trump diz confiar em Putin e evita dar garantias de segurança à Ucrânia
Donald Trump recebeu nesta quinta-feira (27) o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, mas, em vez de prometer garantias de segurança para uma paz na Ucrânia, prefere confiar no líder russo, Vladimir Putin.
Ainda assim, ele se distanciou de uma acusação muito criticada que fez ao presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.
Quando um jornalista lhe lembrou que chamou Zelensky de ditador, esperado na sexta-feira em Washington, Trump reagiu dizendo: "Eu disse isso?", "Não posso acreditar que disse isso. Próxima pergunta".
O presidente dos Estados Unidos declarou que viajará ao Reino Unido em um "futuro próximo".
O líder trabalhista, sentado ao seu lado no Salão Oval, entregou ao republicano uma carta do rei Charles III convidando-o para uma visita de Estado, a segunda de Trump ao Reino Unido depois da realizada em 2019, durante seu primeiro mandato.
- "Realmente especial" -
Um convite "realmente especial", segundo Keir Starmer. "Isso nunca aconteceu antes", acrescentou.
Uma boa notícia para Donald Trump, grande admirador da família real.
O líder britânico prometeu recentemente, como um gesto de boa vontade, aumentar os gastos militares do Reino Unido para responder às críticas recorrentes de Donald Trump sobre os investimentos em defesa na Europa.
Isso, no entanto, não foi suficiente para mudar a posição do bilionário republicano sobre um pedido de Paris e Londres, que querem garantias de que os Estados Unidos apoiarão as tropas europeias que eventualmente sejam enviadas à Ucrânia para garantir uma paz duradoura.
Para ele, o mais importante é chegar a um "acordo" de trégua antes de discutir o envio de forças de paz estrangeiras.
Mas tanto Starmer quanto o presidente francês, Emmanuel Macron, que esteve na Casa Branca na segunda-feira, acreditam que apenas um dispositivo de segurança sólido poderia dissuadir o presidente russo de violar um eventual cessar-fogo.
Donald Trump, que iniciou uma reaproximação surpreendente com o Kremlin, diz estar convencido de que Vladimir Putin "cumprirá sua palavra" caso as hostilidades cessem.
Starmer e Trump têm prevista uma coletiva de imprensa conjunta na Casa Branca.
Enquanto isso, em Istambul, começaram nesta quinta-feira negociações entre russos e americanos.
As primeiras negociações entre Rússia e Estados Unidos desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, foram realizadas neste mês em Riade, poucos dias após uma ligação entre Putin e Trump que pôs fim à política de isolamento contra Moscou.
- Minerais -
Cientes de que os Estados Unidos não enviarão soldados para a Ucrânia, por medo de desencadear uma escalada potencialmente nuclear com a Rússia, França e Reino Unido querem que Washington forneça apoio às suas tropas, especialmente aéreo.
Na segunda-feira, o presidente francês defendeu em Washington uma mensagem bastante semelhante à de Starmer, mas saiu sem promessas concretas.
Starmer receberá líderes europeus no Reino Unido no domingo, incluindo Zelensky, para discutir a situação na Ucrânia.
Donald Trump considera que os Estados Unidos já fizeram mais do que o suficiente pela Ucrânia. Ele confirmou que na sexta-feira receberá Zelensky para assinar um acordo de acesso aos minerais ucranianos, como compensação pela ajuda fornecida a Kiev.
O.P.Becker--LiLuX